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Presos políticos Vila-condenses entre 1932 e 1974

O desafio do Agrupamento de Escolas D. Afonso Sanches para a comemoração dos 50 anos do 25 de abril

Desde meados de outubro passado que uma equipa de docentes do Agrupamento de Escolas D. Afonso Sanches tem trabalhado afincadamente, muito para lá do horário concedido, nos cerca de 30 000 ficheiros disponibilizados pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo, com o registo dos presos feitos pela PIDE entre os anos de 1932 e 1974.

O repto foi lançado pela professora da disciplina de História, Teresa Ramalho e prontamente acolhido pela professora Fátima Sandra Pereira, Coordenadora de Estabelecimento da EB 2/3 Julio-Saúl Dias. O objetivo era identificar os presos políticos naturais e/ou residentes em Vila do Conde: saber os seus nomes, naturalidade, residência, sinais particulares, profissão, estado civil, alcunha e, principalmente, o motivo da sua detenção. A pesquisa e respetivo tratamento da informação foram dados a conhecer à comunidade educativa no âmbito das comemorações do 50.º Aniversário da Revolução dos Cravos pois fazia sentido mostrar um pouco do antes e do depois da Democracia.

Neste conjunto de fotos e nomes, quantos elementos da comunidade vila-condense não reconhecerão familiares, amigos, vizinhos? Quantos destes, ainda entre nós, não terão relatos a trazer-nos? É neste sentido que estamos a preparar a abertura da exposição a todos os vila-condenses.

Esta pesquisa foi o ponto de partida para as várias iniciativas apresentadas no passado dia 24 de abril, a toda a comunidade do nosso agrupamento. A saber: a exposição e inauguração do poster Presos Políticos Vila-condenses (1932 – 1974) elaborado pelo professor José António Fundo; a curta-metragem sobre a vida de um ex-preso político e as suas motivações contra o regime fascista, intitulada António Lopes – A Luta pela Liberdade, realizada por João Azevedo e produzida por João Azevedo e Teresa Mamede, com design gráfico de Ana Lopes; e a entrevista feita ao Dr. Cunha Reis, conduzida pela professora Luísa Sá, que deu o seu testemunho sobre o seu percurso académico e de dirigente associativo na Universidade de Coimbra, que motivaram a sua prisão pela PIDE, a 12 de fevereiro de 1971.

Ficam aqui os nossos agradecimentos ao encarregado de educação Eduardo Reis, que gentilmente se disponibilizou a construir uma base de dados que facilitou a nossa pesquisa, tornando-a mais célere e ao Rui Mendes que redigiu um texto poético, transformando em palavras a expressão de um sentimento comum. Agradecemos especialmente ao Professor António Lopes e ao Dr. Cunha Reis que aceitaram o nosso convite, honrando toda a comunidade educativa com os seus testemunhos de lutadores contra o regime salazarista.

Por fim, agradecemos ao Diretor e à equipa diretiva do AEDAS por acreditar neste projeto, que só foi possível concretizar com a dedicação e esforço de uma vasta equipa de professores, a saber, Fátima Sandra Pereira, Filipe Carreira, João Azevedo, José António Fundo, Laurentina Machado, Susana Castro, Teresa Mamede e Teresa Ramalho.

Só com um olhar sobre o passado, podemos entender o presente e, tanto quanto possível, antecipar o futuro.